Recentemente o IBGE publicou alguns dados preliminares do Censo realizado em 2006. Dentre os dados disponibilizados, um deles se refere ao número de estabelecimentos agropecuários por tipo de produção animal. Esses dados permitem avaliar o comportamento da atividade leiteira, nos últimos dez anos, com relação à produção de leite e ao número de produtores.
Segundo os dados de 2006, os estabelecimentos agropecuários no Brasil contabilizam mais de cinco milhões de propriedades, um aumento de 7,4% em relação ao Censo de 1996. O Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Roraima foram os estados que mais dividiram a terra. Em todo o País, o número de propriedades aumentou cerca de 40% entre 1996 e 2006. O aumento do número de propriedades se deve principalmente às divisões da terra por herança e pelos assentamentos que têm ocorrido em todo o país.
A atividade leiteira, em 1996, estava presente em 37,2% do total de estabelecimentos agropecuários brasileiros, em 2006 reduziu para 25,8%. Minas Gerais e Rio Grande do Sul possuem o maior número de propriedades com atividade leiteira: cerca de 210 mil unidades produtivas. Em seguida vem o Paraná e a Bahia, com aproximadamente 120 mil propriedades. Santa Catarina e Ceará contam com aproximadamente 85 mil unidades (Figura 1). O estado de Goiás tem o maior percentual de propriedades leiteiras em relação ao total de estabelecimentos agropecuários, com 68 mil propriedades, que representam 50% do total.
Os dados mostram, também, que na última década, em todo o Brasil, houve redução do número de propriedades que se dedicam ao leite, exceto no Distrito Federal, que aumentou 13%. Os estados que reduziram aproximadamente 65% o número de unidades leiteiras foram Amapá, Roraima e Maranhão (Figura 2). Paraná, Santa Catarina e São Paulo, que são estados importantes na atividade, reduziram cerca de 35% os estabelecimentos com essa finalidade.
No Rio Grande do Sul, considerando os valores absolutos, ocorreu a maior saída de produtores de leite (80.486 propriedades), passou de 285.061 unidades em 1996, para 204.575 unidades em 2006. Esse valor representa o desaparecimento de 8 mil propriedades por ano ou ainda, diariamente 22 produtores de leite saíram da atividade. O segundo estado com maior redução no número de propriedades leiteiras foi Minas Gerais, passou de 264.823 unidades 220.656 unidades, resultando em 44.167 estabelecimentos a menos durante o período.
A produção de leite no País foi de aproximadamente 25 bilhões de litros em 2006. Esse volume representa um incremento de 6,9 bilhões de litros produzidos no período de dez anos, com crescimento médio anual de 3,7%. Os estados do Acre, Pará, Maranhão, Rondônia e Santa Catarina foram os que mais cresceram: em torno de 150%. O Paraná, o Sergipe e o Amapá aumentaram, em média, 85% o volume de leite no período de dez anos (Figura 3). Durante esse dez anos a produção de leite reduziu
O Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo. Entretanto, os sistemas de produção praticados em todo o território nacional apresentam grande variabilidade. No Brasil, o volume médio por propriedade passou de 28 litros/dia para 52 litros/dia, que resulta em um crescimento de 85,2%. Apesar do alto crescimento, a produção por propriedade ainda é muito baixa em relação a alguns países. Nos Estados Unidos, por exemplo, a média supera 2 mil litros/dia. Na Nova Zelândia e Austrália, a média diária é próxima de 3 mil litros por fazenda. No Brasil, o mais comum são sistemas de produção extensivos ou semi-extensivos, com animais de baixa produção e pouca suplementação volumosa no período da seca.
O Estado de Goiás apresentou a maior média de produção de leite por propriedade - 105 litros/dia. Com valores próximo de 85 litros/dia estão São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal. O Rio Grande do Sul, que é o terceiro estado maior produtor de leite no Brasil apresentou, em média, 35 litros/dia por unidade produtiva.
O salto de
1Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite
Fonte: Milk Point
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