5 de fev. de 2010

“OS GRANDES DESAFIOS DOS CRIADORES DE GIR DO 3º MILÊNIO“

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São José do Rio Preto, 04 de Fevereiro de 2010.


O grande desafio de um criador de Gir que preza pelo Melhoramento Genético da raça, que valoriza as relações de amizade e solidariedade entre criadores, que contribui para os grandes avanços tecnológicos, é deixar para as futuras gerações de criadores o seguinte legado:”Este foi o trabalho que pude realizar, as coisas que passaram pelas minhas mãos, e com elas pude construir e contribuir para o futuro da raça que é e sempre será fonte de alimentos para todos os seres humanos do planeta.

Para quem teve o privilégio de termos grandes criadores no passado da visão, discernimento, e dedicação de homens como Rodolfo Machado Borges,Celso Garcia Cid, Geraldo Simões, Evaristo de Paula, Jorge Cordeiro, Mamedi Mussi, Aristóteles Góes, Zeide e Ene Sab, e outros, sem falar nos criadores que nos dão o prazer da convivência como Waldomiro Carletto, Gabriel Donato de Andrade, Armando Milani e tantos outros que tanto fizeram pela raça, são exemplos de que quando se faz pela raça e pelas amizades, não se morre nem se esquece, tornam-se imortais.

A raça Gir é diferente no manejo e convívio em relação a todas as demais raças, pois enquanto as raças de corte buscam a precocidade dos animais para abate, o gir produtivo e fértil, permite uma maior convivência com os criadores, e dada a sua docilidade, uma grande interação entre criador e animal.

Diria sem nenhum constrangimento e receio, que a satisfação de criar e selecionar animais da raça Gir, me dá muito prazer alem de fazer o que gosto, ou seja, produzir animais que possam servir em outros planteis e que tragam maior rentabilidade aos produtores de leite de todo o Brasil.

A todos os produtores rurais de todo o Brasil, sejam da agricultura familiar, pequenos, médios ou grandes proprietários de terras, “Criem Gir, Adote o Gir” e você terá mais prazer em ir até a sua propriedade. Com as tecnologias disponíveis pode-se saber o sexo do produto, mas ninguém conseguiu ainda determinar a cor da pelagem do animal.Não tem criador que ao ser comunicado do nascimento do bezerro não pergunte:”Macho ou Fêmea”, e a pergunta infalível:”Que cor?” Bom,a partir daí todos já sabem, enquanto não conferir de fato a cor,cupim, aprumos, umbigo, etc, não sossega.

São por estas e outras razões, que sempre apoiei e acreditei no trabalho da Girgoiás com o Teste de Progênie implementado pelo Emílio da Mata e dinamizado pelo Rosimar com o apoio da Assogir e respaldo técnico da Embrapa, e principalmente pelo apoio da maioria dos criadores de Gir do Brasil.Digo a maioria, porque apesar de criadores da magnitude de um Dr. Gabriel Donato de Andrade, Arthur Souto Filizola, Léo Machado, Carlão da Publique e outros filiados à ABCGIL, é evidente que outros criadores de gir leiteiro não se manifestaram ou não querem se manifestar sobre o Teste de Progênie da Girgoiás com linhagens de touros alternativas tão necessárias ao melhoramento genético do gir para produção de leite.

Felizmente, temos o privilégio de contarmos em nosso meio, com aquele que foi, é, e será a maior referência de todos os tempos, em matéria de seleção e melhoramento genético do Gir leiteiro no Brasil.Trata-se do Dr. Gabriel Donato de Andrade, a quem rendo o meu apreço e reconhecimento a esta figura simples, dócil e sincera em todos os seus propósitos.

Quando o Dr. Gabriel diz que nunca abdicou da caracterização racial, de que a produção de leite a pasto só é viável até 5000 Kg de leite por lactação, e que o seu maior objetivo é introduzir tamanho em seus animais, alguém tem dúvidas da honestidade de tais propósitos?

Pois bem, se a Girgoiás está revolucionando o mercado com o Teste de Progênie, porque a Assogir não encampa algumas bandeiras como Controle leiteiro com animais PO a pasto e unificação dos julgamentos?

Às vezes eu me pergunto como que para uma matriz ter um “Atestado de Eficiência Reprodutiva-ER”,o ideal é o intervalo de parto ser menor que doze meses segundo a Abcz, sendo que o Controle Leiteiro é de no mínimo 305 dias ajustado para 365 dias.

Afinal vamos produzir um bezerro por ano de uma matriz PO com Índice de Produção Total de nível superior ou vamos tirar leite 365 dias para se obter o Controle Leiteiro da vaca?

O que vale mais, um produto PO macho ou fêmea que vale 5, 10, 20, 50 ou 100 mil reais, ou 2700 Kg de leite a R$ 0,60 centavos o litro e um faturamento de R$ 1.620,00 por lactação da vaca? Vamos querer um Atestado de Eficiência Reprodutiva com qualificação de nível superior ou Atestado de Controle Leiteiro?

Se optarmos pelo “ER”, então esta matriz vai produzir leite no máximo 240 dias, afinal, ela está prenhe e terá que recompor-se para uma nova cria. Portanto, eu prefiro a matriz que dá uma cria por ano, e que se em 240 dias de lactação der em media 2.400 Kg de leite, terei o melhor gado leiteiro do mundo.

Outro assunto que já foi introduzido pela ABCZ, é o estudo para em 5 anos se fazer o julgamento conjunto da raça Gir, ou seja, Padrão e Gir Leiteiro.Qualquer Associação ou Entidade representativa de criadores da raça Gir, tem que se mobilizar a partir de agora no sentido de dar subsídios ao Conselho Deliberativo Técnico da ABCZ e à sua Diretoria, para que tenhamos em 5 anos, animais caracterizados racialmente e produtivos para leite, sem deixarmos de lado o potencial para produção de carne.

Alguém parou pra pensar que em pouco tempo os Frigoríficos vão abater milhares de machos da raça Gir que não serviram como reprodutores, e que se pesar 16 arrobas aos 36 meses paga-se preço de boi gordo e se for menos o preço da arroba é o de vaca?

Melhorar genèticamente o Gir hoje, é visualizar, identificar, testar e disseminar a genética de touros melhoradores com todas as características preconizadas pela ABCZ e pelo MAPA, logo, trata-se de uma Ação de Governo, pois é de grande alcance social.

Agora me desculpe o amigo Zé Neto, com 23 Diretores do mais alto nível e de grande representatividade, com um Conselho Técnico de primeira grandeza e de um Coselho Fiscal apoiando a Diretoria, não dá pra entender o por que de em um ano não termos ainda nenhum projeto apresentado aos criadores, nenhum artigo escrito no Site da Assogir, e nem faz uso dos espaços democráticos dos Blogs Girbrasil e Gir-PO, mesmo porque, o trabalho de um presidente não pode ser o de uma formiguinha, a política não pode ser a de pé de ouvido e os princípios tem que ser democráticos e transparentes.


Euclides Osvaldo Marques
Estância do Gir
São José do Rio Preto-SP

24 de jan. de 2010

GIRBRASIL & GIRGOIÁS: CASAMENTO PERFEITO

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São José do Rio Preto, 24 de Janeiro de 2010.

Desde a implantação do Blog girbrasil em julho de 2007 pelo amigo Rosimar Silva, iniciava-se na mídia um meio de comunicação em tempo real, algo que se tornaria o maior elo de ligação e interação das atividades envolvendo Associações, Entidades, Eventos e criadores de Gir de todo o Brasil.

Já no mês de Agosto de 2007, Rosimar apresentava em seu Blog, propostas para a Diretoria da Girgoiás no sentido de dinamizar as suas ações, mas o que mais me chamou a atenção foi a sua preocupação com os pequenos e médios criadores de gir, e principalmente a necessidade da união de todos os criadores da raça no Brasil.

O que vimos a partir de então, foi a divulgação da raça e criadores de todos os cantos do país, e de forma democrática e imparcial, abrir espaço para a manifestação de todas as correntes e pensamentos das pessoas envolvidas com a raça.

Portanto, as ações concretas da Girgoiás hoje reconhecidas mundialmente graças a divulgação do blog girbrasil, mostra a importância de um trabalho conjunto em torno de uma causa nobre que é o Melhoramento Genético da Raça Gir.

A adesão maciça de criadores de todo o Brasil e do Exterior não me surpreende, bem como das Empresas mais conceituadas do setor do Agronegócio e dos políticos do estado de Goiás é a prova inequívoca do alcance social das ações da Girgoiás.

Quando o Rosimar afirmou no dia 08 de Janeiro a parceria com a Champion e do governo de Goiás ao teste de progênie da Girgoiás, afirmei em seu blog no dia 12/01/10 que o Teste de Progênie era irreversível, e já tivemos a primeira doação dos criadores Raimundo Pereira e Rafael Bastos, vindo a seguir a do Prefeito Iris Resende e daí não parou mais.

O que se viu foi doações espontâneas vindas de todos os cantos do Brasil e do exterior, e com o apoio mais uma vez da Champion no patrocínio da Transmissão do leilão pelo canal Terraviva, creio que com os 35 lotes de primeira grandeza já ofertados, pode-se marcar a data do Primeiro Leilão da Girgoiás em Prol da Raça e do seu Melhoramento Genético.

Abre-se, portanto, as doações para o Segundo Leilão, pois existem seguimentos diretamente ligados aos projetos da Girgoiás, e que não se manifestaram ainda. Como o Brasil é um país continente, muitos criadores não serão contemplados com o envio de sêmen gratuitos, mas que gostariam de adquirir material genético dos touros em Teste.

Fica aí uma sugestão às principais Centrais de Coleta de Sêmen do Brasil em contratar os Touros de suas preferências em Teste de Progênie, e até que seja provados, destinar um percentual em prol da Girgoiás.

Pois bem, desde o início do blog girbrasil até hoje, já são 30 meses de informação e divulgação da Raça que mais cresce no Brasil, e se os projetos idealizados pela Girgoiás desde a sua fundação até a presente data já é uma realidade, deve-se ao blog girbrasil e ao seu idealizador Rosimar Silva, coincidentemente o Presidente da Girgoiás.

Não fora essa Marca mundialmente conhecida e de justa propriedade do Rosimar chamar-se Girbrasil, eu diria que seria a sigla ideal para unir todos os criadores de Gir do Brasil sem nenhuma subdivisão, ou seja: “GIRBRASIL - Associação dos Criadores de Gir do Brasil”.



Euclides Osvaldo Marques
Estância do Gir
São Jose do Rio Preto-SP

7 de jan. de 2010

O GIR LEITEIRO ‘PURO’ – UMA REALIDADE NA AMÉRICA LATINA



Por Ivan Luz ledic, março 2009.

No Brasil se verifica que entraram somente cerca de 680 animais da raça Gir.

Os primeiros exemplares da raça Gir introduzidas chegaram provavelmente ao redor de 1906, numa das importações efetuadas por Teófilo de Godoy. No entanto, o senhor Wirmondes Machado Borges, criadouro de Uberaba, assegurava ter sido ele introdutor da raça, em 1918. Nas décadas dos 20 aos 40, em função do grande interesse acordado pela raça Indubrasil, em formação, muitos criadores se dedicassem à execução de cruzamentos entre as raças indicas. Alguns rebanhos Gir, pelo momento eram mantidas puras em Minas Gerais, São Paulo e Bahia. Com a importação de 1930, efetuada pelos criadores de Minas Gerais Francisco Ravísio Lemos e Manoel de Oliveira Prata, a criação do Gir recebeu um novo estimulo. Ainda, foi mal a partir de 1953 que a raça passou a suplantar ao Indubrasil, em termos de registro genealógico, vindo perder esta primeira posição para a raça Nelore em 1969.

Outras três importações da Índia foram sumamente importantes para a formação do Gir brasileiro. Em 1955, o criadouro Joaquim Machado Borges fez entrar em território brasileiro, via Bolívia, 114 cabeças importadas da Índia. Posteriormente, em 1960, o de gado Celso Garcia Cid, da província de Paraná, conseguiu licença do governo federal para introduzir, depois de uma quarentena realizada em Paranaguá, 102 animais, 70 deles da raça Gir. Depois desta libertação de importação entrou no território brasileiro, em 1962, grande número de animais Zebu, entre os quais 153 Gir, principalmente para os criadores Celso Garcia Cid, Torres Homem Rodrigues dá Cunha, Rubens de Carvalho e Jacinto Honório da Silva.

A raça Gir, por suas qualidades próprias e especiais, oferece opções para seleção com funções bem definidas e distintas, para leite ou carne. Isto terminou por definir dois tipos diferentes na raça, separados no sentido ideal para cada recenseamento. Formaram-se também duas agremiações: a Associação Brasileira dos Criadores de Gir (ASSOGIR) e Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), que defendem interesses próprios e independentes.

Na atualidade, dos 332 criadores de Gir filiados à ABCZ, cerca de mais de duas centenas são sócios da ABCGIL, com rebanhos espalhados em todo território nacional. Na ABCZ foram elaborados 13.152 registros genealógicos de nascimento (RGN) em 2006 de exemplares Gir, dos quais 8.549 animais (65%) são de criadores associados à ABCGIL. Considerando que os 13.152 RGN representam 65% de natalidade de fêmeas em reprodução, então o rebanho de vacas Gir seria de 20.233, as quais representam 31% do total do rebanho. ASSIM, O GADO ESTIMADO DE GIR REGISTRADO SERIA DE 65.268 ANIMAIS. Isto representa 3,8% do total de animais das raças zebus registradas em ABCZ e somente 0,06% do total de 112 milhões do rebanho leiteiro brasileiro.

Ainda, conforme dados da ASBIA (2008), o Gir Padrão vendeu em Brasil só 5.413 doses de sêmen em 2007, que representam somente 0,14% do total comercializado pelas raças de seleção para carne. O Gir Leiteiro atingiu o número de 667.378 doses comercializadas em 2007, correspondendo a mais de 50% das doses das raças leiteiras nacionais comercializadas.

As raças Zebuínas leiteiras constituem a menor fração do rebanho Zebu registrado na Associação Brasileira dos Criadores de Zebu e não é diferente do rebanho comercial, e comprometem a produção em escala de fêmeas F1 com estas raças.

Número de animais Zebu registrados na ABCZ em 2006
Gir Mocha - 928
Gir - 6.925
Guzerá - 6.647
Indubrasil - 940
Nelore - 137.873
Nelore mocho - 33.940
Sindi - 662
Sindi mocho - 3
Tabapuã - 7.571
Cangaian - 10
Brahman - 7.751
Total 203.210
Fonte: ABCZ (2008)

Este declive da raça Gir deve-se ao fato de que por que apresentem tanto nas puras como em suas mestiças, com destaque para a F1, boa produção de leite, bom temperamento, tamanho médio e boa aceitação no mercado. Isso fez com que a raça fora amplamente utilizada em cruzamentos, tendo comprometido sua população. Restrições foram feitas quanto sua conformação do úbere e tetas e da fertilidade, fundamentalmente nas matrizes puras. Esta deficiência de natureza reprodutiva, aliada a baixa taxa de reposição das fêmeas puras, devido ao grande valor de mercado das mestiças, acabou por diminuir drasticamente os rebanhos de matrizes Gir e “Giradas”, nos rebanhos dos produtores de F1.

Estes produtores que não se preocuparam em fazer o acasalamento mínimo para manutenção de 50% das fêmeas do rebanho puro com touros Gir, ainda em sua maioria cometeram a precipitação de realizar inseminação artificial com sêmen de touros Holandês e aquelas fêmeas Gir que não emprenhavam com esta tecnologia eram destinadas a monta com touro Gir. Com o passar das gerações, com estas estratégias suicidas, foram envelhecendo os rebanhos e fazendo substituição com novilhas selecionadas negativamente para fertilidade.

Estes fatos aliados a substituição dos rebanhos tradicionais pela raça Nelore acabaram por dizimar um enorme contingente de fêmeas Gir existentes nas fazendas brasileiras até a década de 60. Desta forma, hoje uma vaca Gir tem mais valor do que uma fêmea F1, o que faz com que a produção de F1 de vacas Gir sejam as mestiças de maior demanda do mercado de fêmeas leiteiras.

As outras raças Zebus leiteiras também tiveram declive em sua população ainda que com histórias e causas diferentes:
- A raça Guzerá que também já foi a raça mais encontrada no rebanho Zebu nacional no começo do século, sendo que sua população foi reduzida devido a grande mestiçagem para a formação do rebanho Indubrasil no início do século passado.

- Já a raça Indubrasil, que também atingiu grande distribuição e sendo amplamente utilizada na produção de mestiças, teve sua população reduzida devido a características de baixa fertilidade e habilidade materna, além de histórico semelhante a raça Gir.

SE NÃO FOSSEM OS CRIADORES DE GIR LEITEIRO, PROVAVELMENTE ESSA SITUAÇÃO SERIA MUITO PIOR E TALVEZ O GIR ESTARIA FADADO À EXTINÇÃO EM BRASIL. Souberam com perseverança e ideais, melhorar os úberes, com tetas de tamanhos médios e bem colocados; aprumos perfeitos e estrutura óssea vigorosa; boa resposta de ovulação nos processos de TE e FIV e reduzir a idade ao primeiro parto e intervalo de partos.

O GIR DEVE SER MANTIDO COMO GIR DENTRO DA VISÃO DE RAÇA “PURA” EM TERMOS DE INVENTÁRIOS DE PEDIGREES. Temos Gir Leiteiro como recurso genético dinâmico que evoluiu no tempo conforme às necessidades circunstanciais do Mundo Tropical. A APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO ACONTECEU E O MELHORAMENTO OCORREU. FAZ MUITOS ANOS QUE ESTAMOS DANDO “OLÉ!” COM A SELEÇÃO E MELHORAMENTO DO GIR PARA PRODUÇÃO DE LEITE.

O problema é que os CRIADORES DE GIR PADRÃO ALEGAM QUE O GIR LEITEIRO É MESTIÇO ou teve infusão de ‘taurus’. ISSO NÃO É UMA VERDADE tendo em vista que esses rebanhos Gir Leiteiro foram formados de linhagens importadas, a maioria descendentes de nove touros importados da Índia: Alambique, Gaiolão, Gandhi, Hindostan, Krishna, Naidu, Rajá, Lobisomen e Vijaya. O que ocorreu é que esses criadores não se apegaram tanto nos detalhes de refinamento de beleza racial e sim nos aspectos produtivos, todavia enquadrados dentro do padrão racial exigido para registro na ABCZ.

O processo seletivo aplicado nos rebanhos que criavam Gir não formou variedades diferentes na raça, mas sim aptidões de produção desiguais, com biotipos próximos ao que se estava melhorando, carne ou leite.

A maioria desses rebanhos Gir Leiteiros, formados na década de 30-40, sempre foram acompanhados quanto ao registro pela ABCZ, com pedigrees avaliados, bem como serviram de estudo para tese de mestrado e doutorado desde sua formação, não cabendo nenhuma dúvida quanto sua origem Gir ‘indiana’.

AS VACAS DE FUNDAÇÃO DESSES CRIADORES PIONEIROS DO GIR LEITEIRO ERAM ORIUNDAS DOS REBANHOS DE GADO GIR SELECIONADOS PARA CARNE DOS CRIADORES MAIS TRADICIONAIS DA ÉPOCA E QUE NÃO SE MOSTRAVAM ADEQUADAS AO SISTEMA DE PRODUÇÃO EXTENSIVO. Eram vacas ‘descarnadas’, com úberes grandes e que exigia a presença de vaqueiro porque o excesso de leite dificultava a criação do bezerro e elas tinham de ser ordenhadas para evitar mamite ou diarréia das crias, além de não apresentarem o mesmo desempenho ponderal exigido para animais de corte, que desviam todo o metabolismo para produção de carne.

SERIA INIMAGINÁVEL QUALQUER UM DESSES CRIADORES TEREM FEITO CRUZAMENTO PARA ESPERAREM 4 A 5 GERAÇÕES PARA QUE TIVESSEM UM GIR POR ABSORÇÃO NA CATEGORIA LA (Livro Aberto) E DEPOIS MAIS 3 GERAÇÕES PARA ENQUADRAR-SE NA CATEGORIA PO (Puro de origem) - NO MÍNIMO 35 ANOS PARA DO QUE ISSO PUDESSE OCORRER.

Não resta dúvida quanto à origem e manutenção ‘indicus’ desses rebanhos Gir Leiteiro - o que ocorre é falta de argumentação dos criadores de Gir Padrão que perderam seu espaço na pecuária e utilizam disso de forma apelativa e sem respaldo para denegrir o trabalho desses criadores que souberam romper barreiras e crendices. Os criadores de Gir Leiteiro não priorizaram os preceitos hindus de veneração da vaca sagrada e passaram a criar o Gir como unidade de produção e de transformação dos vegetais em alimento nobre para consumo humano e ‘não como entidade de admiração’.

Outro fato a relatar é que antes da Prova de Progênie, os rebanhos Gir Leiteiro também não faziam incorporação de animais de outros criadores. Alguns deles tinham linhagens distintas que possibilitaram acasalamentos evitando consangüinidade extrema. Outros já estavam com certo esgotamento de famílias e estava ocorrendo estreitamento na endogamia. Com o uso de touros provados, novas opções surgiram para introduzir-se animais de diferentes origens e foram feitos acasalamentos dirigidos visando ampliar a base genética dos diversos rebanhos, existindo touros provados e em avaliação de origem mais diversa, o que possibilita ter diversidade genética.

ESSA REALIDADE DO GIR COMO RAÇA LEITEIRA, SEGUINDO SUA APTIDÃO NATURAL COMO EM SEU PAÍS DE ORIGEM E ADOTADA NOS OUTROS PAÍSES QUE IMPORTAM DO BRASIL, hoje é perseguida por todos, como uma reparação do erro cometido quando de sua introdução no Brasil, que a considerou como raça de corte. Tanto que atualmente a própria ASSOGIR está com intuito reavivar a Entidade dando enfoque para seleção leiteira junto aos seus associados. ESSE É O DESTINO DO GIR.

GIRGOIÁS é outro exemplo de iniciativa visando identificar animais leiteiros através do Teste de Progênie de diversos outros rebanhos que não tinham um histórico de Controle Leiteiro Oficial de seus animais. Todos acreditam que podem e devem ter essa aptidão resguardada em seus genótipos como código genético preservado de sua origem indiana e que irá contribuir para identificar novas linhagens e famílias, COMO JÁ OCORRIDO EM ALGUNS ANTIGOS REBANHOS DE GIR PADRÃO QUE AGORA SÃO SÓCIOS DA ABCGIL E POSSUEM ANIMAIS COM COMPROVADA POTENCIALIDADE DE PRODUÇÃO LEITEIRA.

No Brasil temos só dois casos de Gir Leiteiro registrado que foram formados por absorção, um criador em Minas Gerais (Muriaé) e outro em Goiás (www.fazendagramado.com.br). Temos sim rebanhos ‘Girados’, mas sem registro, por não se conhecer sua história em termos de seleção e pedigrees. Esses rebanhos são chamados “cara limpa” e não entram nas estatísticas de nenhuma das raças Zebu.

Por sua vez, verificamos na Guatemala que poucos rebanhos Gir são puros (o Brahman ocupou seu espaço), e a maioria hoje são Gir Leiteiro absorvidos do Brahman vermelho, como única opção que tiveram. De ou lado vimos na Colômbia, Bolívia, Equador e Venezuela Gir Leiteiro ‘puro’ de importação do Brasil, que estão ocupando o lugar do Brahman americano e seus cruzamentos. No México, quando de nossa visita, no ano passado, vimos rebanhos Gir de origem brasileira de excepcional qualidade produzindo leite em regiões de trópico úmido e seco, como diversos rebanhos mestiços 1/2, 1/4, 3/4, 5/8, etc, assim também a raça Sardo Negro (de origem do Gir mouro brasileiro), extremamente adaptados às condições de criação e clima.

Finalmente:
OS CRIADORES DE GADO GIR DEVEM MANTER SEU REBANHO UTILIZANDO TOUROS GIR COM GENEALOGIA CONHECIDA E PROVADOS PARA LEITE.

Por outro lado, os criadores de Gir tem um adicional de lucro que advém da comercialização de machos, fêmeas excedentes e de descarte, afora sêmen e embriões, que hoje no Brasil representa mais do 70% do lucro da atividade, diferente de outras raças leiteiras, onde machos são descartados ao nascer e a fonte de lucro com venda de fêmeas, sêmen e embriões é muito baixa em relação à venda de leite.

O GIR É NA REALIDADE UMA RAÇA ‘Bos taurus indicus’ ESPECIALIZADA PARA LEITE, assim como as raças ‘Bos taurus taurus’ européias, só que adaptada à nossas condições tropicais. Ninguém seleciona raça especializada para outra função que não aquela objeto de melhoramento – gado de corte é para produção de carne e gado de leite para LEITE.


Ivan Luz Ledic
Médico Veterinário, MSc. em Melhoramento Animal,
DSc. em Produção Animal
ex-Diretor Técnico da ABCGIL e
Pesquisador aposentado da Embrapa Gado de Leite



Versão em espanhol:

EL GYR LECHERO ‘PURO’ – UNA REALIDAD EN AMÉRICA LATINA

En Brasil se verifica que entraron solamente cerca de 680 animales de la raza Gyr. Los primeros ejemplares de la raza Gyr introducidas llegaron probablemente alrededor de 1906, en una de las importaciones efectuadas por Teófilo de Godoy. Sin embargo, el señor Wirmondes Machado Borges, criadero de Uberaba, aseguraba haber sido él introductor de la raza, en 1918. En las décadas de los 20 a los 40, en función del gran interés despertado por la raza Indubrasil, en formación, muchos criadores se dedicaran a la ejecución de cruces entre las razas indicas. Algunos rebaños Gyr, por el momento eran mantenidas puras en Minas Gerais, São Paulo y Bahia. Con la importación de 1930, efectuada por los criadores de Minas Gerais Francisco Ravísio Lemos y Manoel de Oliveira Prata, la creación del Gyr recibió un nuevo estimulo. Aún, fue apenas a partir de 1953 que la raza pasó a suplantar al Indubrasil, en términos de registro genealógico, viniendo a perder esta primera posición para la raza Nelore en 1969.

Otras tres importaciones de la India fueron sumamente importantes para la formación del Gyr brasileño. En 1955, el criadero Joaquim Machado Borges hizo entrar en territorio brasileño, vía Bolivia, 114 cabezas importadas de la India. Posteriormente, en 1960, el ganadero Celso Garcia Cid, de la provincia de Paraná, consiguió licencia del gobierno federal para introducir, después de una cuarentena realizada en Paranaguá, 102 animales, 70 de ellos de la raza Gyr. Después de esta liberación de importación entró en el territorio brasileño, en 1962, gran número de animales Cebú, entre los cuales 153 Gyr, principalmente para los criadores Celso Garcia Cid, Torres Homem Rodrigues da Cunha, Rubens de Carvalho y Jacinto Honório da Silva.

La raza Gyr, por sus calidades propias y especiales, ofrece opciones para selección con funciones bien definidas y distinguidas, para leche o carne. Esto terminó por definir dos tipos diferentes en la raza, separados en el sentido ideal para cada padrón. Se formaron también dos agremiaciones: la Asociación Brasileña de los Criadores de G (ASSOGIR) y Asociación Brasileña de los Criadores de Gyr Lechero (ABCGIL), que defienden intereses propios e independientes.

En la actualidad, de los 332 criadores de Gyr afiliados a la ABCZ, cerca de más de dos centenares son socios de la ABCGIL, con rebaños esparcidos en todo territorio nacional. En la ABCZ fueron elaborados 18.143 registros genealógicos de nacimiento (RGN) en 2008 de ejemplares Gyr, de los cuáles 8.549 animales (un 65%) son de criadores asociados a la ABCGIL. Considerando que los 18.143 RGN representan un 65% de natalidad de hembras en reproducción, entonces el rebaño de vacas Gyr sería de 25.918, las cuales representan un 31% del total del rebaño. ASÍ, El GANADO ESTIMADO DE GYR REGISTRADO SERÍA DE 86.395 ANIMALES. Esto representa un 4,22% del total de animales de las razas Cebúes registradas en ABCZ y solamente un 0,08% del total de 112 millones del rebaño lechero brasileño.

Aún, conforme datos de la ASBIA (2009), el Gyr Patrón vendió en Brasil sólo 6.437 dosis en 2008, que representan solamente un 0,18% del total comercializado por las razas nacionales de selección para carne. EL GYR LECHERO alcanzó el número de 805.152 dosis comercializadas en 2008, correspondiendo de más del 58% DE LAS DOSIS DE LAS RAZAS LECHERAS NACIONALES COMERCIALIZADAS.

Las razas Cebuínas lecheras constituyen la menor fracción del rebaño Cebú registrado en la Asociación Brasileña de los Criadores de Cebú y no es diferente del rebaño comercial, y comprometen la producción en escala de hembras F1 con estas razas.
Número de animales Cebú con registro definitivo en la ABCZ en 2008
Gyr Mocha – 1.224
Gyr – 10.390
Guzerá – 7.692
Indubrasil – 218
Nelore - 147.992
Nelore mocho – 29.155
Sindi – 631
Tabapuã - 7.704
Cangaian – 10
Brahman – 10.908
Total 215.924
Fuente: ABCZ (2010)

Este declive de la raza Gyr débese al hecho de que por qué presenten tanto en las puras como en sus mestizas, con destaque para a F1, buena producción de leche, buen temperamento, tamaño medio y buena aceptación en el mercado. Eso hizo con que la raza fuera ampliamente utilizada en cruces, tiendo comprometido su población. Restricciones fueron hechas cuanto su conformación del ubre y tetas y de la fertilidad, fundamentalmente en las matrices puras. Esta deficiencia de naturaleza reproductiva, aliada la baja tasa de reposición de las hembras puras, debido al gran valor de mercado de las mestizas, acabó por disminuir drásticamente los rebaños de matrices Gyr y Gyradas, en los rebaños de los productores de F1.

Estos productores que no se preocuparon en hacer el apareamiento mínimo para mantenimiento del 50% de las hembras del rebaño puro con toros Gyr, aún en su mayoría cometieron la precipitación de realizar inseminación artificial con semen de toros Holandés y aquellas hembras Gyr que no embarazaban con esta tecnología eran destinadas a monta con toro Gyr. Con el pasar de las generaciones, con estas estrategias suicidas, fueron envejeciendo los rebaños y haciendo sustitución con novillas seleccionadas negativamente para fertilidad.

Estos hechos aliados la sustitución de los rebaños tradicionales por la raza Nelore acabaron por diezmar un enorme contingente de hembras Gyr existentes en las haciendas brasileñas hasta la década de 60. De esta forma, hoy una vaca Gyr tiene más valor que una hembra F1, lo que hace con que la producción de F1 de vacas Gyr sean las mestizas de mayor demanda del mercado de hembras lecheras.

Las otras razas Cebúes lecheras también tuvieron declive en su población aunque con historias y causas diferentes:- La raza Guzerá que también ya fue la raza más encontrada en el rebaño Cebú nacional en el comienzo del siglo, siendo que su población fue reducida debido a gran mestizaje para la formación del rebaño Indubrasil en el inicio del siglo pasado.- Ya la raza Indubrasil, que también alcanzó gran distribución y siendo ampliamente utilizada en la producción de mestizas, tuvo su población reducida debido a características de baja fertilidad y habilidad materna, además de histórico semejante la raza Gyr.

SI NO FUERAN Los CRIADORES DE GYR LECHERO, PROBABLEMENTE ESA SITUACIÓN SERÍA MUY PEOR Y TAL VEZ El GYR ESTARÍA FADADO A LA EXTINCIÓN EN BRASIL. Supieron con perseverancia e ideales, mejorar las ubres, con tetas de tamaños medios y bien colocados; aplomos perfectos y estructura ósea vigorosa; buena respuesta de ovulación en los procesos de TE y FIV y reducir la edad al primer parto e intervalo de partos.

El GYR DEBE SER MANTENIDO COMO GYR DENTRO DE LA VISIÓN DE RAZA “PURA” EN TÉRMINOS DE INVENTARIOS DE PEDIGRÍES. Tenemos Gyr Lechero como recurso genético dinámico que evolucionó en el tiempo conforme a las necesidades circunstanciales del Mundo Tropical. LA APLICACIÓN DEL CONOCIMIENTO ACONTECIÓ Y El MEJORAMIENTO OCURRIÓ. HACE MUCHOS AÑOS QUE ESTAMOS DANDO “OLÉ!” CON LA SELECCIÓN Y MEJORAMIENTO DEL GYR PARA PRODUCCIÓN DE LECHE.

El problema es que los CRIADORES DE GYR PATRÓN ALEGAN QUE EL GYR LECHERO ES MESTIZO o tuvo infusión de taurus ‘’. ESO NO ES UNA VERDAD con miras a que esos rebaños Gyr Lechero fueron formados de linajes importados, la mayoría descendientes de nueve toros importados de la India: Alambique, Gaiolão, Gandhi, Hindostan, Krishna, Naidu, Rajá, Lobisomen y Vijaya. Lo que ocurrió es que esos criadores no se encariñaron tanto en los detalles de refinamiento de belleza racial y sí en los aspectos productivos, sin embargo encuadrados dentro del patrón racial exigido para registro en la ABCZ.

El proceso selectivo aplicado en los rebaños que creaban Gyr no formó variedades diferentes en la raza, pero sí aptitudes de producción desiguales, con biotipos próximos a lo que se estaba mejorando, carne o leche. La mayoría de esos rebaños Gyr Lecheros, formados en la década de 30-40, siempre fueron acompañados cuanto al registro por la ABCZ, con pedigríes evaluados, así como sirvieron de estudio para tesis de máster y doctorado desde su formación, no cabiendo ninguna duda cuanto su origen Gyr ‘hindú’.

LAS VACAS DE FUNDACIÓN DE ESOS CRIADORES PIONEROS DEL GYR LECHERO ERAN ORIUNDAS DE LOS REBAÑOS GANADEROS GYR SELECCIONADOS PARA CARNE DE LOS CRIADORES MÁS TRADICIONALES DE LA ÉPOCA Y QUE NO SE MOSTRABAN ADECUADAS AL SISTEMA DE PRODUCCIÓN EXTENSIVO. Eran vacas ‘descarnadas’, con ubres grandes y que exigía la presencia de vaquero porque el exceso de leche dificultaba la creación del ternero y ellas tenían que ser ordeñadas para evitar mamitis o diarrea de las crías, además de que no presentaran el mismo desempeño ponderal exigido para animales de corte, que desvían todo el metabolismo para producción de carne.

SERÍA INIMAGINABLE CUALQUIER UNO DE QUE ESOS CRIADORES HAYAN HECHO CRUCE PARA QUE ESPEREN 4 LA 5 GENERACIONES PARA QUE TUVIERAN UN GYR POR ABSORCIÓN EN LA CATEGORÍA LA (Libro Abierto) Y DESPUÉS MÁS 3 GENERACIONES PARA ENCUADRARSE EN LA CATEGORÍA PO (Puro de origen) - COMO MÍNIMO 35 AÑOS PARA QUE ESO PUDIERA OCURRIR.

No resta duda cuanto al origen y mantenimiento ‘indicus’ de esos rebaños Gyr Lechero - lo que ocurre es falta de argumentación de los criadores de Gyr Patrón que perdieron su espacio en la ganadería y utilizan de eso de forma apelativa y sin respaldo para denigrar el trabajo de esos criadores que supieron romper barreras y supersticiones. Los criadores de Gyr Lechero no priorizaron los preceptos hindúes de veneración de la vaca sagrada y pasaron a crear el Gyr como unidad de producción y de transformación de los vegetales en alimento noble para consumo humano y no ‘como entidad de admiración’.

Otro hecho a relatar es que antes de la Prueba de Progenie, los rebaños Gyr Lechero tampoco hacían incorporación de animales de otros criadores. Algunos de ellos tenían linajes distinguidos que posibilitaron apareamientos evitando consanguinidad extrema. Otros ya andaban con cierto agotamiento de familias y estaba ocurriendo estrechamiento en la endogamia. Con el uso de toros probados, nuevas opciones surgieron para introducirse animales de diferentes orígenes y fueron hechos apareamientos dirigidos visando ampliar la base genética de los diversos rebaños, existiendo toros probados y en evaluación de origen más diverso, lo que posibilita tener diversidad genética.

ESA REALIDAD DEL GYR COMO RAZA LECHERA, SIGUIENDO SU APTITUD NATURAL COMO EN SU PAÍS DE ORIGEN Y ADOPTADA EN LOS OTROS PAÍSES QUE IMPORTAN DE BRASIL, hoy es perseguida por todos, como una reparación del error cometido cuando de su introducción en Brasil, que la consideró como raza de corte. Tanto que actualmente la propia ASSOGIR anda con objetivo reavivar la Entidad dando enfoque para selección lechera junto a sus asociados. ESE ES EL DESTINO DEL GYR.

GIRGOIÁS es otro ejemplo de iniciativa visando identificar animales lecheros a través de la Prueba de Progenie de diversos otros rebaños que no tenían un histórico de Control Lechero Oficial de sus animales. Todos creen que poden y deben tener esa aptitud resguardada en sus genotipos como código genético preservado de su origen hindú y que irá a contribuir para identificar nuevos linajes y familias, COMO YA OCURRIDO EN ALGUNOS ANTIGUOS REBAÑOS DE GYR PATRÓN QUE AHORA SON SOCIOS De la ABCGIL Y POSEEN ANIMALES CON COMPROBADA POTENCIALIDAD DE PRODUCCIÓN LECHERA.

En Brasil tenemos sólo dos casos de Gyr Lechero registrado que fueron formados por absorción, un criador en Minas Gerais (Muriaé) y otro en Goiás (www.fazendagramado.con.br). Tenemos sí rebaños ‘Gyrados’, pero sin registro, por no conocerse su historia en términos de selección y pedigríes. Esos rebaños son llamados “cara limpia” y no entran en las estadísticas de ninguna de las razas Cebú.

Por su parte, verificamos en Guatemala que pocos rebaños Gyr son puros (el Brahman ocupó su espacio), y la mayoría hoy son Gyr Lechero absorbidos del Brahman rojo, como única opción que tuvieron. De o lado venimos en Colombia, Bolivia, Ecuador y Venezuela Gyr Lechero ‘puro’ de importación de Brasil, que están ocupando el lugar del Brahman americano y sus cruces. En México y Costa Rica, cuando de nuestra visita, el año pasado, venimos rebaños Gyr de origen brasileño de excepcional calidad produciendo leche en regiones de trópico húmedo y seco, como diversos rebaños mestizos 1/2, 1/4, 3/4, 5/8, etc, así también la raza Sardo Negro (de origen del Gyr moro brasileño), extremadamente adaptados a las condiciones de creación y clima.

Finalmente:
Los CRIADORES DE GANADO GYR DEBEN MANTENER SU REBAÑO UTILIZANDO TOROS GYR CON GENEALOGÍA CONOCIDA Y PROBADOS PARA LECHE.

Por otro lado, los criadores de Gyr tiene un adicional de logro que adviene de la comercialización de machos, hembras excedentes y de descarte, afuera semen y embriones, que hoy en Brasil representa más del un 70% del logro de la actividad, diferente de otras razas lecheras, donde machos son descartados al nacer y la fuente de logro con venta de hembras, semen y embriones es muy baja en relación a la venta de la leche.

EL GYR ES EN LA REALIDAD UNA RAZA ‘BOS TAURUS INDICUS’ ESPECIALIZADA PARA LEITE, así como las razas ‘Bos taurus taurus’ europeas, sólo que adaptada a la nuestras condiciones tropicales. Nadie selecciona raza especializada para otra función que no aquel objeto de mejoramiento – ganado de corte es para producción de carne y ganado de leche para LECHE.


Ivan Luz Ledic
Médico Veterinário, MSc. em Melhoramento Animal,
DSc. em Produção Animal
ex-Diretor Técnico da ABCGIL e
Pesquisador aposentado da Embrapa Gado de Leite

5 de jan. de 2010

Raças Zebuínas, Criadores, Leilões e Leiloeiras no Ano de 2009

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Para aqueles que insistem em ignorar o Regulamento das raças zebuínas, eu digo que a ABCZ e o MAPA sempre estiveram atentas à evolução da raça, introduzindo modificações quando necessárias, e impondo novas normas de forma a não permitir abusos por parte de criadores, associações, promotores de eventos, leiloeiras, assessores e demais atividades relacionadas às raças zebuínas.

O regulamento de 2009 conforme artigo 9, não menciona a raça Nelore Mocha, portanto, não há porque fazê-lo com a raça Gir Mocha, pois o único fato que diferencia os animais é que no Padrão há a presença de chifres, enquanto que na Mocha a ausência total dos mesmos. Fica aqui, uma sugestão à Diretoria da ABCZ para a devida atualização.

A meu ver, feita esta correção, teríamos o Gir como raça única assim como o Nelore, o que viabilizaria os julgamentos de forma unificada e de acordo com as características de cada raça conforme especificado no regulamento da ABCZ. Apenas para informação aos incautos, O CDT da ABCZ ratificou no atual Regulamento, a importância de se aumentar a credibilidade para as provas zootécnicas ( CDP e CL ), assim como seguir rigorosamente o Padrão da Raça. Aprovou ainda, estudo sobre o método de um só julgamento para a Raça Gir nos próximos 5 (cinco )anos.Para os que acham que somente o mercado vai selecionar o que quer, eu digo que é pouco, pois a ABCZ deverá em breve regulamentar os Leilões,comentários técnicos e quem sabe até as Associações.
Às vezes eu me pergunto por que alguns criadores de Gir com seleção voltada somente para leite, se mostram tão irritados e às vezes não muito elegantes, quando digo que o Foro competente para avaliar e julgar os animais são as pistas de julgamento; da importância de se selecionar animais respeitando se as características da raça; de buscar novos rumos para o processo de seleção de animais produtivos; de tornar a produção de leite a pasto uma atividade economicamente viável para o produtor rural, enfim, são temas que tenho tentado abordar, mas que muitas vezes não é bem compreendido por algumas pessoas.

Talvez, por ter uma formação acadêmica na área do Direito, entendo que leis são para serem cumpridas, senão teríamos uma verdadeira desobediência civil, e o mesmo ocorre com regulamentos e normas, se existem é para serem cumpridas, senão vira bagunça.

Por isso, quando leio alguns comentários pertinentes ao que escrevo, onde uns acham que a discussão sobre raça é Retrógrada, outro diz que é o mesmo que comida requentada, vários de que só valorizo cabaça, orelhas e chifres, e sabe-se, não contribuo para o melhoramento da raça, sem falar naqueles que por receber honorários para assessorar criadores em leilões, diz que o comprador tem que tomar cuidado com animais tipo Frigorífico sendo ofertados em alguns leilões, numa nítida alusão ao Gir padrão.

Só falta alguém que se sente incomodado com animais bem caracterizados, produtivos para carne e leite, aprumos perfeitos, oferecer Frete gratuito para transporte e abate de todos os animais e a conseqüente extinção de todos os planteis de Gir padrão do Brasil.
Não existe vaca Gir fértil descartável, pois alem de produzir filhos da própria raça, serve para produzir o verdadeiro ½ sangue com touros da raça holandesa, que transmite às suas progênies, animais dóceis, produtivos e agrega valor na venda dos machos.

É bom que se diga, que nos anos 60 a maioria dos planteis leiteiros do Brasil era da raça Gir, e a maioria dos rebanhos se tornaram mestiços com a introdução de touros holandeses, o que quase tornou extinta a raça por falta de continuidade da seleção de reprodutores bem caracterizados racialmente. Se depender da maioria dos touros que estão atualmente nas principais Centrais do Brasil, vão queimar a raça novamente.

Penso que o maior erro da família Caixeta não foi ter entrado no Gir leiteiro, e sim, ter liquidado o plantel de Gir dupla aptidão, afinal, o capital apurado financiou parte das aquisições de Gir leiteiro nos leilões, e com a inadimplência e devolução dos animais aos vendedores, concretizou-se o prejuízo e a perda do plantel inicial.

Uma coisa é o sentimento humano de não desejar mal a ninguém, outra é confundir não honrar um Contrato com honradez. Abre-se um precedente para aqueles que não ficaram satisfeitos com suas aquisições ou compraram mal fazer o mesmo, afinal, devolver os animais é uma atitude de honradez, honestidade e de muita coragem.

Os vendedores por sua vez, além de ver frustrada as vendas, arcam com despesas de comissões dos promotores e leiloeiras, custo da TV, Buffet e honorários de assessores.
Sempre haverá empresas tipo Frigoríficos, Instituições Financeiras, etc, que de posse de uma grande carteira de credores, provocam grandes prejuízos aos seus clientes e fornecedores, desestabilizando o mercado, da mesma forma que haverá compradores menos esclarecidos e/ou premeditados, que provocam prejuízos aos vendedores. Porque os principais criadores e vendedores de leilão não se manifestam sobre o assunto? Afinal, foram eles quem introduziu este modelo de comercialização em parceria com as leiloeiras, do número de parcelas, do marketing em torno da raça, enfim, aos que chegaram por último nos leilões não resta outra coisa a não ser assinar os contratos e contabilizar o prejuízo.

Enfim, todos os seguimentos da atividade econômica contabilizam seus prejuízos nos balanços por inadimplência, calote e até por ações fraudulentas.

Portanto, nas relações de compra e venda quem tem que se precaver quanto ao recebimento é o Vendedor, pois no caso da pecuária é ele quem cria, contrata, vende e aprova as vendas, e é quem vai receber.

Ao comprador, lhe é assegurado fazer prevalecer os Direitos Básicos do Consumidor conforme Capítulo III do Código de Defesa do Consumidor.

Para continuar o que pretendo abordar a seguir, faço as seguintes perguntas: Quantos promotores e convidados de leilão no ano de 2009 leram integralmente o Regulamento dos leilões? Quantos vendedores somente assinaram o contrato de Compra e Venda mediante criteriosa avaliação do Cadastro do comprador? Na dúvida foi exigido avalista e/ou fiança bancaria? Se você não fez nada disso não fique preocupado, afinal, a maioria dos brasileiros, assinam contratos sem ler o seu conteúdo.

Querer imputar às Leiloeiras a responsabilidade pela inadimplência dos compradores não condiz com a realidade. Se a afirmação vier dos vendedores é porque não leram o Contrato e não tem do que reclamar. Se vier dos compradores pior ainda.

O conteúdo do regulamento é claro e abrangente, pois define a participação de cada um dos envolvidos, trata das comissões da compra e da venda devidas à leiloeira sem %, inclusive a condição de pagamento como sendo à vista por compradores e vendedores.

Com relação aos Cadastros, todos os procedimentos administrativos normais são efetuados, inclusive consulta a órgãos de proteção de credito.

Para concluir o assunto Cadastro, transcrevo a seguir na íntegra, os direitos e responsabilidades da leiloeira e do vendedor na realização de um leilão.

“A Empresa Leiloeira atua como intermediária das transações, sendo responsável pela organização e coordenação do evento, não se responsabilizando pelo inadimplemento do comprador, seja em relação ao valor do animal adquirido, seja em relação às comissões de venda. Portanto, cabe ao vendedor manifestar-se sobre o cadastro do comprador antes da assinatura do Contrato de Compra e Venda, bem como exigir assinatura de avalista antes da formalização do contrato”.

Para os criadores e selecionadores que já tem os seus calendários de leilões, e o fazem com planejamento e organização não muda muito para o ano de 2010, mesmo porque, para quem vende uma promessa de prenhes por 120 mil e livre acasalamento, não tem do que reclamar, a não ser, que o comprador desista da compra, e com muita honradez de volva a receptora vazia.

Para os que iniciaram nos leilões e não foram bem sucedidos, e para os que pensam em realizá-los, é necessário um estudo mais apurado do custo benefício, e não fazê-los apenas por modismo, afinal, a venda de curral quando bem agendada, nunca deixará de ser real alem de ser mais prazerosa.

O problema de quem exerce a Pecuária é falta de Capital e Liquidez Portanto, parcelar os pagamentos em 20 vezes ou mais, é coisa para as Casas Bahia e Instituições financeiras, não para o vendedor que vê o seu animal ser arrematado por 200 reais de parcela em 20 pagamentos iguais. Uma coisa é você disponibilizar em Leilão 250 machos nelore para reprodutores, vender pelo triplo ou mais do valor de abate e fazer uma carteira. Outra é você ser convidado para colocar um animal em leilão, e lá pelas tantas, ser arrematado por um comprador a 2600 km de distância, e o leiloeiro anunciar que o frete é gratuito.

Este modelo de parcelamento não contribui para os negócios dos criadores, e ainda alimenta para os menos avisados, que a venda de curral deve ser também em 20 vezes e entregues em sua propriedade.

No mundo atual não existe lugar para os que pretendem levar vantagens em tudo, e sim, para negócios saudáveis entre comprador, vendedor e parcerias necessárias à prática da ética na Atividade Mercantil, e para isto, é necessário Leis, normas e regulamentos que norteiem a atividade econômica no setor da Pecuária Nacional.


Euclides Osvaldo Marques
Estância do Gir
São José do Rio Preto-SP

18 de dez. de 2009

O boi e os gases-estufa

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Hermano de Melo
Médico-veterinário, Escritor e Acadêmico de Jornalismo.


Desde 2006, circula na mídia a idéia de que os ruminantes, especialmente o gado bovino, por meio da sua flatulência – leiam-se arrotos e puns – seriam responsáveis por despejar na atmosfera uma parcela significativa de gases efeito-estufa, o que contribuiria de forma decisiva para o aquecimento global. Conforme relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), intitulado “A grande sombra do gado”, “os gases emitidos por excrementos e flatulência de bovinos, ovinos e suínos, por desmatamento para formar pasto e a energia gasta na administração do gado respondem por 18% dos gases-estufa circulando atualmente no mundo”.

Mas o relatório vai mais longe e diz que a atividade agropastoril é responsável por 9% da emissão mundial de CO2, 65% da emissão de ácido nitroso (NO2) e 37% do metano (CH4), que é 23% mais tóxico que o CO2 e vem do sistema digestivo dos ruminantes. O documento assinado por Henning Steinfeld, chefe da FAO para o setor, conclui que “o custo ambiental por cada unidade de produção agropecuária tem de cair pela metade nos próximos anos, apenas para impedir que a situação piore”.

Em artigo publicado no jornal “O Estado de São Paulo”, de 07/05/2007, porém, e intitulado “Ecologia não combina com ideologia”, Xico Graziano mostrou, que os números apresentados pela FAO são enganosos e não suportam uma análise mais acurada. E exemplifica: “Consta do relatório que uma vaca pode arrotar até 500 litros de metano/dia. Como o rebanho bovino mundial atinge 1,4 bilhões de cabeça, tal volúpia gasosa seria um desastre ecológico. Dados da Embrapa, no entanto, mostram que um boi libera cerca de 60 quilos de metano ao ano ou quase 30 gramas por dia, e não 500 quilos como diz o relatório da FAO”. E conclui: “É errado considerar que a agropecuária seja a maior responsável pela emissão dos gases-estufa. De fato, as emissões veiculares e as chaminés nas metrópoles são as grandes vilãs do aquecimento do Planeta”.

Mas a histeria sobre a emissão de gases-estufa pelo trato intestinal dos bovinos chegou a tal ponto que, em 2007, o cientista alemão Winfried Dockner, da Universidade de Hockenheim, desenvolveu a primeira pílula antiarroto para vacas do mundo! Citando o relatório da FAO, o cientista confirmou que o arroto dos ruminantes responde por 4% das emissões de metano do planeta e como o consumo de carne cresce a tendência do aumento das emissões seria inevitável. Na ocasião, Dockner acreditava que o nível de metano seria reduzido de 4 para 2%, mas ele não obteve sequer patrocinadores interessados em sua idéia.

Em outubro de 2008, num relatório de 600 páginas encomendado pelo governo australiano, o assessor e economista Ross Garnaut pediu que os australianos substituíssem a carne bovina e de carneiro por derivados do canguru para ajudar a proteger o planeta dos efeitos do aquecimento global (Folha Online, 03/10/08). E na Suécia, conforme reportagem da Revista Época (23/10/09), o consumo de carne vermelha pode estar com os dias contados. Alguns suecos afirmam, inclusive, que sentem uma sensação de culpa quando consomem alimentos derivados do gado. E se as novas orientações alimentares forem seguidas a Suécia pode reduzir entre 20% e 50% a emissão de gases na produção de alimentos.

E mais recentemente (27/10/2009), o jornal londrino The Times divulgou declarações de Lord Stern of Brentford, professor da London School of Economics que, baseado no fato do gás metano liberado pelos rebanhos bovinos e ovinos ser mais efetivo como gás de efeito estufa que o gás carbônico, propôs que a humanidade pare de comer carne! Segundo ele, os rebanhos são gigantescos hoje em dia para suprir a demanda crescente de carne pela humanidade, cujo número atinge hoje a cifra de mais de 6 bilhões de habitantes. E completa: “A carne é um desperdício de água e cria uma grande quantidade de gases efeito-estufa. Ela coloca uma enorme pressão sobre os recursos do mundo. Uma dieta vegetariana é melhor”.

Não há dúvida que a criação de bovinos na sua forma extensiva é um dos vilões responsável pelo aumento dos gases-estufa na atmosfera e do conseqüente aquecimento global. Mas isso se deve muito mais ao desmatamento e a queima de vegetação que se promove antes de sua instalação do que pelos arrotos e pumpuns eliminados pela flatulência bovina. Estes são absorvidos numa boa! E isso é válido tanto em grandes áreas da região amazônica quanto aqui no cerrado brasileiro. Daí, no entanto, a propor a eliminação da carne bovina e ovina da dieta humana vai uma distância muito grande! Será que o aquecimento global que acontece atualmente no mundo não seria mais uma crise do modelo civilizatório atualmente implantado em países com desenvolvimento acelerado como China, Índia e Brasil?

A resposta a essa pergunta pode vir da reunião que acontece em Copenhague, Dinamarca – a COP- 15, de 7 a 18 de dezembro próximo, onde os líderes mundiais discutem um novo protocolo de emissões de gases efeito-estufa que substituirá o Protocolo de Kyoto. Cerca de 20.000 delegados de 192 países devem estar presentes ao encontro, inclusive o presidente Lula. E Lord Stern é taxativo: “Copenhague é uma oportunidade única para o mundo se libertar de sua trajetória catastrófica atual, ou seja, reduzir pela metade as emissões globais de gases efeito-estufa até 2015 e passar das atuais 50 para 25 gigatoneladas”. É ver pra crer.

Publicado no jornal Correio do Estado em 30 de novembro de 2009.

1 de dez. de 2009

Técnica do ovário artificial promete alta produtividade a baixo custo


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No Brasil, uma pesquisa inédita promete reproduzir in vitro um ambiente favorável para o desenvolvimento e maturação de óvulos visando a fecundação e produção de embriões em larga escala no futuro a partir de animais melhorados. A técnica denominada de Ovário Artificial objetiva produzir embriões em larga escala sem incomodo para o organismo materno e a um baixo custo.


O estudo é desenvolvido pelo pesquisador José Ricardo de Figueiredo e sua equipe, na Faculdade de Veterinária (Favet), da Universidade Estadual do Ceará (Uece), há três anos. Entretanto, José Ricardo disse que realiza estudos na área há cerca de 20 anos, desde o início de sua carreira acadêmica. Até agora, o grupo de pesquisadores já conseguiu fecundar quatro óvulos a partir da técnica do ovário artificial. O embrião encontra-se em análise no Laboratório de Manipulação de Oócitos e Folículos Ovarianos Pré-Antrais (Lamofopa), da Favet, no Campus do Itaperi.

O estudo já recebeu investimentos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) na ordem de R$ 900 mil. Além desses, financiam o projeto, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Funcap).

Figueiredo acrescentou ainda que empresas fabricantes de medicamentos já cogitam a possibilidade de se utilizarem da técnica do Ovário Artificial para testes de substâncias. Além disso, a pesquisa permite tornar férteis as mulheres que tiveram algum problema de reprodução.

"Essa técnica desperta grande interesse na reprodução medicalmente assistida em humanos, porque também poderá preservar o bem-estar da mulher, reduzindo o risco de transmissão de doenças como o câncer, por exemplo, por ser uma alternativa aos enxertos de ovário para restauração da fertilidade em mulheres", afirma.

A descoberta da técnica, cientificamente chamada de biotécnica de Moifopa, é que trabalha com óvulos não crescidos que estão armazenados nos chamados folículos pré-antrais, isto é, folículos sem antro, obtidos a partir de ovários de caprinos em matadouros por meio de técnicas especiais. "O folículo secundário cresceu e maturou in vitro. Após ser fecundado, gerou um embrião viável que se desenvolveu até a fase de mórula, ficando pronto para a transferência em uma fêmea receptora", disse.

De acordo com o pesquisador, naturalmente o ovário disperdiça uma grande quantidade óvulos. Só um em cada mil óvulos (0,1%) consegue chegar até ovulação. Os demais óvulos (99,9%) morrem por um processo denominado de atresia folicular. Isto ocorre porque no ovário há limitação de espaço e uma grande competição entre os folículos por nutrientes, hormônios e outras substâncias que são limitados.

Para Figueiredo, a intenção é evitar as mortes. "A técnica do ovário artificial visa recuperar dos ovários os óvulos não crescidos contidos nos folículos pré-antrais antes de sua morte e colocá-los dentro de meios de cultura apropriados mantidos em incubadoras de modo a bloquear a morte dos óvulos e assegurar o seu crescimento e maturação e posterior fecundação in vitro. Em outras palavras, o biotécnica do ovário artificial visa recriar um ovário in vitro mas com uma eficiência maior que o ovário natural", enfatizou.

Para o cientista, no futuro, enquanto um animal vive tranquilamente no pasto, seus óvulos podem estar em desenvolvimento em algum laborátorio. "Imagine esta tecnologia no futuro: uma vaca tranquila no pasto enquanto um pedaço de seu ovário a quilomêtros de distância está produzindo óvulos em um ou vários laboratórios sem nenhum desconforto para o animal. Com as devidas adaptações esta situação de conforto e bem-estar também seria proporcionado à mulheres com problemas de fertilidade que recorrem a clínicas de reprodução assistida", ilustrou.

Figueiredo reconheceu que a técnica pode render boas parcerias com outros países. "Devemos fechar uma parceria com a Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica, por meio do pesquisador Johan Smitz, que trabalha diretamente com reprodução assistida em humanos. Na sequência vamos fazer parceria também com pesquisadores de Chicago, nos Estados Unidos", comentou.

O próximo passo do estudo, segundo ele é produzir embriões a partir de folículos em estágios iniciais.

APLICAÇÕES

Entre outras aplicações, o Ovário Artificial possibilita o estudo in vitro do efeito de diferentes substâncias sobre os folículos pré-antrais, visando elucidar os mecanismos envolvidos na regulação da foliculogênese inicial, hoje pouco compreendida. Estes estudos são essenciais para a compreensão da fisiologia ovariana no que tange ao crescimento e maturação de oócitos aptos à fecundação e poderão revolucionar a reprodução animal no futuro.

Em biologia molecular, possibilita assegurar as condições necessárias para identificar e quantificar, nos diferentes compartimentos foliculares, a expressão dos genes que são responsáveis pelo controle do crescimento de folículos pré-antrais e antrais. Na indústria farmacêutica, permite a realização de testes in vitro da ação de fármacos (benéfica ou tóxica) sobre os oócitos, preliminarmente ao seu emprego em experimentos envolvendo animais e seres humanos.

A validação científica do ovário artificial como método laboratorial para testes de drogas e sua posterior aceitação pelos órgãos de governo responsáveis pela liberação de medicamentos trará importantes consequências para o bem-estar animal, uma vez que milhares de animais serão poupados de serem utilizados em experimentos/testes, no que concerne aos testes in vitro.

Em nanotecnologia, oferece um importante modelo para testar a inocuidade de nanopartículas utilizadas no carreamento de drogas de interesse médico. Na implantação de bancos genéticos (germoplasma), o ovário permite uma avaliação precisa da eficiência de protocolos de criopreservação analisando a taxa de sobrevivência e desenvolvimento in vitro de oócitos inclusos folículos pré-antrais previamente criopreservados.

No tratamento de infertilidade, a técnica representa uma alternativa futura para o aperfeiçoamento de meios de cultura visando o crescimento, a maturação oocitária e, consequentemente, a produção de embriões humanos in vitro. Hoje, esses embriões são produzidos utilizando-se procedimentos de superovulação e colheita dos oócitos por punção, gerando desconforto físico e emocional para as pacientes.

Para o bem-estar animal, por se tratar de um modelo exclusivamente in vitro para a produção de embriões, a Moifopa (ovário artificial) contribuirá para o bem-estar animal (redução do estresse), pois representará uma alternativa aos procedimentos de superovulação, colheita de embriões, punção de oócitos por ultrassonografia, bem como ao uso de animais em experimentos. No futuro, a partir de um pequeno fragmento de córtex retirado de um ovário por biopsia, será possível a produção, em laboratório, de centenas a milhares de embriões.

FONTE:Ministério da Ciência e Tecnologia

30 de nov. de 2009

ABCZ registra primeiro clone zebuíno



Aos três meses de vida, a fêmea da raça nelore Divisa Mata Velha TN 1 (Registro BN 1000 TN 1) passará a ser conhecida mundialmente como o primeiro clone zebuíno a ser registrado pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). O registro será realizado amanhã (1º/12), às 10h, na sede da empresa Geneal, localizada na BR 050, km 184, em Uberaba/MG.

O registro do primeiro zebuíno clonado acontece seis meses depois do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) anunciar a homologação da inscrição de zebuínos oriundos de transferência nuclear (clones) no SRGRZ. Outras raças que também fazem registro de clones são jersey e holandês.

Os critérios para a concessão do registro foram definidos em 2007 por uma comissão técnica formada por pesquisadores de várias universidades e centros de estudo. Algumas das exigências é a obrigatoriedade do doador nuclear ser portador de registro genealógico de nascimento ou definitivo (Veja “Regulamento do Registro de Clones”).

De acordo com o presidente da ABCZ, José Olavo Borges Mendes, a ABCZ dá um importante passo para garantir a formalização desses animais. “É uma grande conquista, porque, apesar do melhoramento genético ser nossa principal meta, sempre existirão aqueles animais de mérito genético singular, que podem contribuir para resgatarmos qualidades e funcionalidades de interesse do mercado. A clonagem também possibilita a preservação dessa genética”, destaca o presidente.

Ele alerta, porém, que a tecnologia deve ser utilizada com ética e em prol do crescimento da pecuária. “Temos muito a desenvolver em relação à clonagem, mas a ciência está sempre em evolução e temos que caminhar em conjunto para que possamos utilizá-la a favor do avanço da pecuária. É preciso zelar pela ética em relação à negociação de animais clonados para que o mercado não perca a credibilidade e para que nossa pecuária não deixe de se desenvolver. Por isso, as normas são aliadas da ética”, garante.

Da Vitória à Divisa Mata Velha – O primeiro clone bovino brasileiro e da América Latina nasceu há oito anos. Batizada de Vitória, a fêmea nasceu graças aos avanços com a biotécnica alcançados pelos pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen).
A história de Divisa Mata Velha TN 1, animal que pertence à Fazenda Mata Velha, também passa pelos laboratórios da Embrapa, que tem um convênio com a empresa Geneal desde 2006 para produção de clones.

Para produzir o clone, foi coletado em abril de 2007 uma biópsia de pele de 1 cm X 1 cm da prega da cauda da doadora Divisa. O material foi levado para Brasília, onde está localizada a Embrapa Cenargen, para realização dos procedimentos de isolamento, cultivo e congelamento das células. A manipulação resultou em 18 embriões transferidos para 14 receptoras e cinco gestações confirmadas.

A única que chegou ao fim (com 292 dias de gestação) foi a de Divisa Mata Velha TN 1. A fêmea nelore nasceu no dia 1º de setembro de 2009 com 39 quilos. “O registro deste clone é uma vitória e faz do Brasil uma referência na área de biotecnologia. O país já é responsável por 50% dos animais que nascem de Fecundação in Vitro no mundo e agora avança na clonagem”, diz o superintendente da Geneal, José Olavo Júnior.

A fêmea doadora do material nuclear que originou o clone, Divisa Mata Velha, é uma das principais matriarcas da história da seleção Mata Velha, do pecuarista Jonas Barcellos Corrêa Filho. Foi grande campeã da ExpoZebu 1995. É mãe da grande campeã da Expoinel 1999, Mansão. Também é mãe da grande campeã da ExpoZebu 2003, Página Mata Velha e mãe de Meteorito da Mata Velha.

Critérios para o Registro Genealógico de clones

Para solicitar o registro de um clone, o criador precisa atender a todas as exigências do Regulamento do Registro Genealógico das Raças Zebuínas para animais oriundos de Transferência Nuclear. Veja abaixo:
CAPITULO XVI DA TRANSFERÊNCIA NUCLEAR – TN (CLONAGEM)


Art. 114 - Os produtos clones resultantes de transferência nuclear (TN) poderão ser inscritos no SRGRZ desde que atendidas todas as normas determinadas pelo MAPA e que estejam em conformidade com a legislação em vigor e com as determinações contidas neste regulamento.

Art. 115 - Os produtos de transferência nuclear (TN) poderão ser resultantes de núcleos de células doadoras provenientes de embriões ou de células somáticas, sendo que estas serão colhidas de animais adultos, com autorização prévia do proprietário do animal doador por escrito e com firma reconhecida, cultivadas em laboratório e criopreservadas em nitrogênio líquido.

Parágrafo Primeiro: o doador nuclear, quando o material biológico a ser clonado for oriundo de células somáticas, deverá, obrigatoriamente, ser portador de registro genealógico de nascimento ou definitivo, de acordo com as exigências do SRGRZ compatíveis com sua idade.

Parágrafo Segundo: quando o material biológico a ser clonado for oriundo de células embrionárias, o doador (embrião) deverá ser, oportuna e obrigatoriamente, inscrito no SRGRZ de acordo com as normas contidas neste regulamento.

Parágrafo Terceiro: outras origens de material biológico a ser clonado poderão ser autorizadas, desde que referendadas pela comunidade científica e pelo MAPA, bem como do proprietário do animal doador do material biológico.

Art. 116 - Para que os produtos resultantes de TN possam ser inscritos no SRGRZ é obrigatória a apresentação de uma autorização formal do proprietário das células doadoras de núcleos, com firma reconhecida em cartório.

Art. 117 - A doadora do ovócito enucleado deve ser uma matriz portadora de registro genealógico da mesma raça do indivíduo clonado.

Art. 118 - Os produtos resultantes da TN, para receberem o RGN, terão que ter, além das exigências anteriores, obrigatoriamente:
a) análise do DNA da linhagem celular (núcleo doador);
b) análise do DNA da doadora do ovócito enucleado;
c) análise do DNA do produto resultante de TN;
d) laudo laboratorial, comprovando a absoluta igualdade genética entre as análises dos itens “a” e “c” e, ainda, expressando de forma clara, os procedimentos técnicos de análise molecular que confirmam o produto resultante da TN.

Art. 119 - Os produtos resultantes da TN, portadores de RGN, somente poderão receber RGD se, para os machos for apresentado exame andrológico que o qualifique como apto à reprodução e, para as fêmeas, laudo qualificando-a como doadora de ovócitos.

Art. 120 - Somente poderão ser inscritos no SRGRZ, os produtos resultantes de TN produzidos em laboratórios devidamente credenciados no órgão competente do MAPA e nos quais os doadores nucleares tenham sido registrados para TN.

Art. 121 - Os produtos resultantes de TN, que atenderem aos requisitos para inscrição no SRGRZ, terão como padrão na composição de seu certificado de registro genealógico:
a) O nome do doador nuclear acrescido das iniciais TN e uma série numérica crescente que será definida pelo SRGRZ, iniciando-se no número 1 (um), que se referirá ao número do clone de acordo com sua ordem cronológica de nascimento.
b) O número de registro genealógico do doador nuclear, acrescido das iniciais “TN” e da série numérica crescente, conforme definida no item “a” acima.
c) O número de registro genealógico da doadora do ovócito enucleado.
d) O nome do proprietário das células doadoras de núcleos
e) O nome do proprietário do animal doador resultante de transferência nuclear.

Art. 122 - Os produtos resultantes de TN deverão ser identificados:
a) Ao nascimento, por tatuagem indelével na orelha esquerda com o registro genealógico do doador nuclear, acrescido das letras “TN” e da série numérica correspondente à sua obtenção.
b) Também ao nascimento, por tatuagem indelével na orelha direita, com o registro genealógico da doadora do ovócito enucleado.
c) Até a desmama, por marca a fogo na perna direita, com o registro genealógico do doador nuclear, acrescido das letras “TN” e da série numérica correspondente à sua obtenção.
d) Pela aposição de marca a fogo (“caranguejo”) na perna direita, acima da identificação do animal, somente por técnico habilitado pelo SRGRZ e depois de atendidas todas as determinações deste regulamento.

Art. 123 - Os produtos resultantes de TN, desde que nascidos e viáveis e que tenham atendido o que determina este regulamento e, em especial, o que determina o Art. 6º deste regulamento, passam, automaticamente, a ter as mesmas condições e tratamentos que o seu doador nuclear frente ao SRGRZ.


Fonte:
Laura Pimenta (Mtb 08756/MG)
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