Crio Gir Leiteiro há apenas 2 anos, mas convivo com o curral desde menino quando meu pai despejava sob minha caneca de café o líquido branco que faz crescer meninos e meninas saudáveis.Dessa época para cá muita coisa mudou para melhor, mas a remuneração dos produtores continua em baixa.
Mas,ao invés de reclamar do governo, o que nós pecuaristas temos feito no sentido de incrementar o aumento do consumo de leite? Esta é, afinal, a condição primeira para uma melhor remuneração do nosso produto e conseqüentemente um incremento em toda a cadeia, envolvendo grandes produtores de leite, grandes fornecedores de genética, pequenos e médios produtores e até mesmo o tirador de leite, que tem nesta atividade, muitas vezes, o sustento dele e de sua família.
Temos procurado com assertividade unir a cadeia, juntando produtores, fornecedores de insumos, fornecedores de genética, distribuidores e o pequeno, médio e grande varejo na luta pelo aumento do consumo, sem o qual certamente não teremos nenhum futuro?
É certo que o Brasil passa de uma condição de importador para a de exportador de produtos lácteos e grande parte dessa virada se deve à intensificação do uso de alta tecnologia, especialmente dentro da porteira, onde palavras como inseminação artificial, transferência de embriões, fecundação in vitro há muito deixaram de ser novidade e passaram a integrar um rol corriqueiro de atividades da fazenda.
Neste aspecto, o GIR LEITEIRO é exemplo para o Brasil e para todo o mundo tropical. Há 20 anos, iniciamos em parceria com a EMBRAPA , o teste de progênie inédito até hoje entre as raças zebuínas. Eu vi nascer este programa, quando ainda era funcionário do Departamento de Marketing da Fundação Bradesco, na época controladora da PECPLAN BRADESCO, que desde os primeiros tempos acreditou no projeto. Depois, quando iniciávamos a construção do GRUPO PUBLIQUE,hoje a maior e melhor empresa de comunicação 100% focada em soluções de marketing para o agronegócio brasileiro, estreitamos ainda mais os laços com a raça ao criarmos para a ABCGIL, Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro,sua logomarca, ainda em uso até hoje.
A ABCGIL possui um histórico de grandes realizações em prol dos seus associados e em prol do GIR LEITEIRO no Brasil, mas a hora é de avançarmos mais rapidamente e com muito mais sede ao pote da cadeia produtiva.Somos hoje, pouco mais de 100 associados.O GIR LEITEIRO é sem dúvida, questão de segurança nacional.Ele é base da fórmula para se produzir o leite a pasto, que tanto precisamos.Só o GIR LEITEIRO é capaz de dar resposta ao aumento de consumo, com seu leite produzido a capim, barato e de forma saudável. É ,sem dúvida, a salvação da lavoura, ou melhor, da ordenha brasileira.
Para que os atributos raciais do GIR LEITEIRO, herdados da Índia e tão bem trabalhados pelos criadores brasileiros, não se perca no meio do caminho, precisamos incentivar a imediata adoção de uma campanha intensa de valorização do produto leite, sem a qual de nada adiantará termos uma elite de criadores de genética, mas que em algum ponto não muito distante da vida nacional, não mais encontrará eco junto a um consumidor que não valoriza e não compra nosso produto.
E esta conta deverá ser paga, não pelo governo, mas por todos os integrantes dessa cadeia, quer sejam produtores, entidades de raça, fabricantes de insumo, distribuidores e varejo.Cada um desses elos tira da cadeia o seu sustento e é natural que contribuam para o fortalecimento dela.Na última vez que estive
Carlos Alberto da Silva (foto)
É técnico agrícola e jornalista, graduado na PUC-SP, em 1988. Fez Especialização em Marketing pela ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing.
Trabalhou como bóia fria nas férias escolares, entre 1980 e 1982 e também de janeiro a setembro de 1983.
Empresário, é Presidente e Fundador do Grupo Publique a maior empresa de soluções de marketing para agronegócios do Brasil, que atua na área desde 1988.
Desde 2004, é criador de Gado Gir Leiteiro PO, na Rio Vale Agronegócios, em Porangaba - SP.
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