10 de jan. de 2008

"Puro de Origem" – Uma questão difícil.

Retornaram recentemente as velhas discussões sobre essa questão.

No Aurélio encontramos:

"Raça: Conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como a cor da pele, a conformação do crânio e do rosto, o tipo de cabelo, etc., são semelhantes e se transmitem por hereditariedade, embora variem de indivíduo para indivíduo”.

"Puro: Sem mistura nem alteração; genuíno”.

"Puro-sangue: Diz-se de animal de raça pura, sem cruzamento de outra raça".

Acontece que ultimamente, depois das novas tecnologias que foram alcançadas, ficou difícil falar de "Puro de Origem" sem levar alguns arranhões.

Não podemos esquecer que outrora e ainda hoje provar esta "Origem Pura" é que são elas.

Isto porque a questão tem que ser analisada sob diferentes óticas e diferentes contextos, pois esta expressão tem diversas conotações.

Sempre, a nível de seleção e entendimento dos criadores de modo geral, ela quis dizer "Pureza racial”, origem limpa ou gado sem mistura. Ainda gado originado de locais segregados e em isolamento por longos períodos de tempo.

Vejamos as diversas designações e situações encontradas hoje em dia e fazendo um breve esclarecimento sobre cada uma delas:

1 - PO - Animais inscritos na Categoria "Puro de Origem" do SRGRZ da ABCZ.

O Artigo 50 parágrafo 1º reza: “Serão registrados com PO”:

A - Os produtos de acasalamentos entre animais da categoria PO.

B - Os produtos que atendam ao que determina o Parágrafo único do artigo 74 deste regulamento, ou seja, “Com exceção para a raça Cangaiam, também poderá ser inscrito no RGN da categoria PO o animal que tiver duas gerações ascendentes conhecidas dentro da categoria LA...”.

C - Os produtos importados como PO, de acordo com as informações oficiais do serviço de registro genealógico do país de origem e normas complementares do MAPA.

Bem, vamos comentar as três possibilidades:

A - Como sabemos os animais registrados na categoria PO são descendentes dos antigos animais registrados no LF "Livro Fechado" que passou ser denominado assim após o fechamento do livro de registro por volta de 1971, conforme recomendou um fórum nacional de criadores, se não me falha a memória, ocorrido em Uberaba em 1967.

Antes do fechamento do livro, o critério para registro de animais era o enquadramento dos mesmos, por comissão de juízes ou juiz único, no padrão da raça, tal qual é feito hoje o registro de animais na categoria LA.

Assim se o animal era oriundo de cruzamento absorvente, mas já se enquadrava no padrão da raça, ele era registrado e chamado de "Puro de Origem".

Saliento, contudo que nem todos os animais registrados desta forma eram provenientes de cruzamentos absorventes, apenas uma minoria.

Tudo isso ocorreu dentro da legalidade e atendendo plenamente o regulamento aprovado pela ABCZ e MAPA, mas nenhuma garantia de pureza de origem.

B - Para registrar hoje um animal na categoria LA o critério é o mesmo acima, ou seja, o enquadramento no padrão da raça.

Então vejamos o que pode acontecer: Um criador toma, por exemplo, uma vaca GIR PO de ótima caracterização racial, dentro de padrão ABCZ e cruza com um touro Holandês Vermelho e Branco e produz uma excelente 1/2 sangue de cor castanha ou vermelha. Esta 1/2 é acasalada com um touro GIR PO também de excelente caracterização racial e produz uma linda fêmea 3/4 GIR - 1/4 HOLANDÊS.

Pela experiência que tenho, 10% destas fêmeas com este grau de sangue já se enquadram nos padrões de registro do Gir Leiteiro.

(Padrão de registro Gir Leiteiro???? Isto porque, antes, quando um animal no curral de um criador não estava atendendo plenamente o padrão de registro, você falava pro técnico "ela é leiteira" ou “Você registrou uma pior do que essa no curral do fulano porque ela era leiteira, então porque não registrar a minha; e ele registrava. Isto se transformou entre os criadores em padrão Gir Leiteiro)”.

As outras 90% das 3/4 Gir são acasaladas novamente com touro GIR PO de excelente caracterização racial e produzem fêmeas com 7/8 GIR - 1/8 HOLANDÊS, das quais 90% dão registro como Gir Leiteiro, porque atendem o que o escritor Rinaldo do Santos chamou de características fundamentais da raça: Orelhas compridas gavionadas, pelagem, presença de cupim e crânio ultraconvexo.

Assim com três gerações já teríamos uma linda LA de fundação e mais duas gerações uma linda bezerra "PURA DE ORIGEM".

Esta receita, inclusive, foi publicada por um técnico assessor de uma das famosas fazendas fundadoras do Gir Leiteiro com um título mais ou menos assim: "COMO FAZER GIR LEITEIRO". Isto é de conhecimento publico e acho que no meu baú de quinquilharias eu tenho um exemplar.

Tudo isso foi feito e pode ainda ser feito sem ferir as leis vigentes e totalmente amparado pelo regulamento da ABCZ e MAPA, mas garantia de pureza, nenhuma.

Saliento mais uma vez que apenas uma minoria de animais pode ter ocorrido desta forma e que esta não é (para o que muitos podem estar pensando) a origem do Gir Leiteiro.

O Gir Leiteiro originou-se da capacidade de visão de valorosos criadores, que tiveram, na época, a capacidade de ver além do horizonte o potencial de produção de leite que o Gir poderia atingir e não satisfeitos com a seleção empírica que era praticada, resolveram iniciar uma seleção com bases científicas valorizando esta aptidão leiteira do gado.

Buscou-se então identificar touros e vacas de alta produção. Da Índia vieram então Subud, Hindostan, Labhagauri, Naidu, Virbay, Vijaya e muitos outros.

No Brasil tivemos também o início da Estação de Umbuzeiro (PB) e a estação Getúlio Vargas, em Uberaba (MG), ambas com seleção para leite. Também tivemos o início da Estação de Sertãozinho (SP), com seleção para corte.

C - Produtos importados como PO no país de origem, em zebuínos, só ocorreu, pelo que conheço, no Brahman, porque isto não contemplou os animais da ultima importação da Índia em 1962, que foram registrados de acordo com o regulamento antigo.

Mas, o Brahman todos nós sabemos tratar-se de uma raça feita nos Estados Unidos à base de cruzamentos de diversas raças indianas como nelore, guzerá e gir, onde se juntou também uma boa pitada de sangue europeu (Bos Taurus).

Aqui os animais importados e seus descendentes podem ser registrados como PO, mas não se esqueçam, ela é: não pura desde a origem.

2 - POI - PURO DE ORIGEM IMPORTADO

Designação utilizada para os animais importados em 1960/62 e seus descendentes.

Também usada nos filhos dos touros trazidos da Índia após 1962, os chamados "Nova Opção" desde que também filhos de vacas POI.

Os animais que são tidos como POI ou que possuem esta sigla no seu nome, na realidade não fazem parte de uma categoria de registro da ABCZ e não tem amparo no regulamento do SRGRZ. É uma expressão de uso comum entre os criadores das diversas raças.

Esta designação foi uma jogada de marketing feita pelos criadores que participaram da importação de 1962 para valorizar seus animais.

Porquê os importados antes de 1962 não são considerados POI? Por que os animais vindos antes de 62 eram adquiridos na rua e de pequenos camponeses, não eram de fonte segura. Nesta época, os grandes e bons selecionadores eram os Marajás e só a partir de 1960 é que criadores brasileiros tiveram acesso ao gado dos Marajás.

Mas, todos sabem que onde tem dinheiro sempre tem espertalhão querendo ganhá-lo facilmente.

Com a grande valorização dos POI´s ocorreu o óbvio. Uma vaca PO paria um excelente bezerro e junto uma vaca POI paria um bezerro ruim, então se fazia a troca. Todos sabem também que muitas vacas POI pariam todos os anos, nunca falhavam e também não morriam, pois quando isso acontecia ressuscitavam lá na frente.

Isto ficou comprovado pelos resultados de DNA mitocondrial que acusaram sangue de "BOS TAURUS" em boa parte de animais Gir e Nelore POI´s examinados.

Mais uma vez a pureza de origem ficou comprometida.

3 - PO INDIANO - PURO DE ORIGEM INDIANO.

Designação de uso relativamente recente, ainda não está bem definida. É usada para diferenciar os "Novas Opções" mais recentes dos POI´s antigos. Usada também para referenciar aos animais que ainda estão na Índia sob coleta de semem ou coleta de embriões.

Isto aconteceu porque houve duas levas de "Novas Opções", uma na década de 60 a 80 realizada por diversos criadores, dos quais destacamos os herdeiros do Celso Garcia, Torres Homem, Rubico de Carvalho, Betinho Mendes, o pessoal de Ponta Porã, etc.

Esta primeira leva trouxe grande contribuição ao Nelore com a vinda de touros como: Ashoka, Chekurupadu, Meru, Chandalluro, Bazuah, Hakan, Raja, Guru, Akbar, Ramã, Amanobrullo, etc..

Para o Gir não houve grande contribuição, mas destacamos os touros Padumano e Dilip Dadamio.

A segunda leva ocorreu a partir da década de 90 até os dias de hoje e pelo que temos notícias o Gir e o Guzerá foram os maiores usuários desta leva.

Nesta leva veio sêmen de Premnath, Gorak, Roopano Novo, Chandam, Nano Sudhano, Madhul, Tokaryo, Tilak, todos do Gir.

Estes animais foram arrebanhados na Índia pelos religiosos que agora são os grandes selecionadores e preservadores de material genético por lá.

No início de 1997 estive visitando um criador amigo que tinha uns quarenta bezerros nascidos desses touros da segunda leva. Fiquei estarrecido com o que vi. GIR PAMPA eu ainda não tinha visto e vi lá. Rabo branco, estrela e sem falar na conformação que não era boa nem na aptidão leite e nem na aptidão carne. Isto me mostrou o alto grau de miscigenação a que o Gir foi submetido na Índia após a sua independência.

Recordei-me quando ainda pequeno, cortava a ponta branca do rabo de bezerros vermelhos que tinham ponta branca e quando morei no Pará, trabalhando com gado Nelore de corte observava o desempenho diferenciado dos filhos de touros Gir nas vacas Nelores e via também um alto índice de bezerros vermelhos ou amarelos ostentando uma linda estrela na testa e um rabo mesclado de branco. Eram os sinais da miscigenação no passado e a volta dela quando fazemos cruzamento entre as raças zebuínas.

Em outro criador, os animais eram de orelhas muito compridas, caracterização racial só atingia o aceitável após a segunda cria, os olhos eram arrendodados.

Segundo Alexandre Barbosa da Silva, em “O Zebu na Índia e no Brasil, 1947” citando Mollison, 1901 em seu trabalho para o Departamento de Agricultura de Bombaim, dizia: “A cores do Gir são características que o distinguem e, no entanto, estas cores variam muito. ...Uma mistura mais definida de duas cores, em pequenos pontos, é a coloração mais comum da pelagem do Gir puro e dou a esta disposição de cores o nome de” speckled “que traduzimos por chumbada, chuviscada, chita ou chitada”.

Um renomado técnico em visita à Índia da década de 90, junto com o Dr. Rômulo, Vicentinho, Arnaldinho e outros grandes criadores, ouviu de um indiano que o Gir de lá havia perdido esta pelagem "chita ou chitada", e que esta pelagem estava sendo restabelecida através do uso de sêmen de animais brasileiros levados de volta da mesma forma como vinham os indianos.

Ele e nós observamos que, diferente do que foi encontrado e trazido da Índia nas grandes importações de 1920 e 1930 e também nas importações de 1960/62, a maioria do gado Gir indiano hoje é vermelho. Por isso quando em leilões entram animais vermelhos, o leiloeiro ou algum marketeiro logo grita: "È típico indiano". Isso foi por causa do avermelhamento do gado Indiano. Segundo o Hélio Lemos: "É sangue de sindi".

As fotos e os filmes que vi da Índia de 1990 para cá, não me entusiasmaram. Os touros com algumas características indesejáveis mais ou menos como as citadas acima. As fêmeas de lá, pelo que pude observar são bem alimentadas, diferente de antes, e mesmo assim a maioria não demonstra boa produção de leite. (vide álbum no blog Gir Brasil), sem falar na caracterização racial que não agrada.

Resumindo estes puros de origem indianos parecem carecer de origem e também de pureza.

4 - PO INDICUS - PURO DE ORIGEM PELO DNA MITOCONDRIAL.

Esta é uma nova ferramenta da tecnologia moderna que apareceu para comprovar pureza de origem dos zebuínos.

Este teste mostra o DNA Mitocondrial (presente na mitocôndria da célula) do animal que é transmitido sempre pela mãe, ou seja, aí você rastreia toda linha materna do seu animal mais de 30 trinta gerações.

E é aí que muita gente está dando com os burros n'agua.

Vejamos, segundo levantamento de escritores, entrou no Brasil durante todo o período das importações mais ou menos 6.200 animais zebuínos das diversas raças. O rebanho brasileiro hoje é composto de mais ou menos 180 milhões de cabeças, dos quais aproximadamente 80% são de sangue predominante de zebuínos, ou seja, mais ou menos 144 milhões de zebuínos. O nosso desfrute, dizem que é baixo, vamos considerá-lo 20%. Assim abatemos anualmente média de 28,8 milhões de zebuínos, que nestes anos últimos 50 anos somariam mais ou menos 1,4 bilhões de zebuínos. De onde surgiu tanto gado? Lógico, dos cruzamentos absorventes do gado europeu existente.

E isto como disse em outro tópico, este teste está provando com a presença de DNA Bos Taurus no gado de todo mundo.

Tivemos informações que os testes realizados em Nelore apresentaram mais de 80% com gens Bos Taurus, sendo nos nelores POI´s este percentual foi um pouco mais baixo. No Gir, também não foi diferente.

Um girista que possui um gado muito caracterizado e considerado um dos melhores do país, fez o teste em todo seu rebanho ou quase todo e obteve um percentual de mais ou menos 36% de Bos Indicus e 64% com Bos Taurus. Foram examinados animais dos mais renomados criatórios, dos puristas mais extremados, tais como Zeid Sab, Renato Junqueira, Mamedi Mussi, Evaristo de Paula, Geraldo Simões, Jorge Cordeiro e outros. Todos eles obtiverem resultado semelhante.

Este teste tem alguns inconvenientes.

O primeiro é que se uma fêmea 1/2 sangue for filha de touro holandês x vaca Gir Bos indicus o resultado desta mestiça será Bos Indicus, porque o seu DNA mitocondrial foi herdado da mãe, que é Indicus. Daí cada um tire suas conclusões.

O outro inconveniente é que, pelo que eu pesquisei e ainda não consegui obter todas as informações, ele não separa dentro do Bos Indicus o DNA do Gir, do Nelore e do Guzerá que são as principais raças dos troncos indianos existentes no Brasil.

Sabemos que o Indubrasil é formado pelo Gir, Guzerá e Nelore, considerado pelos puristas mestiço. Assim seu animal Gir ou Nelore ou Guzerá com DNA Bos indicus pode ter mistura de raças Bos Indicus.

Segundo informações, esta separação das raças Bos Indicus por DNA parece ser possível, mas ainda não foram concluídos todos os estudos necessários.

Resumindo, este teste de DNA mitocondrial ainda não conseguiu provar a "pureza racial".

Então o que fazer?

A meu ver, não temos muita coisa a fazer.

Já que será difícil comprovarmos a pureza racial dos nossos rebanhos, prefiro trabalhar dentro dos princípios que vínhamos trabalhando, ou seja, dentro dos padrões raciais estabelecidos, pois pelo visto, foram elaborados de acordo com as observações de criadores, pesquisadores e pessoas interessadas e amantes do zebu no Brasil e na Índia por mais de séculos, pois os escritos remontam á antiguidade.

Rinaldo dos Santos para escrever o livro "Fundamentos Raciais do Gado Gir, 1990" entrevistou criadores de todo o país. Mediu animais de todos os criadores, pesquisou escritos antigos no Brasil e os indianos considerados sagrados, consultou os sertanejos e as crendices populares. Analisou isso tudo e classificou as características raciais do Gir em Fundamentais e Majestáticas.

Recomendo este livro a quem deseja aprofundar seus conhecimentos nas características raciais do Gir e aqueles que precisam saber diferenciar as características fundamentais das majestáticas, principalmente aos Srs. Jurados de hoje em dia que vivem falando em suas justificativas de julgamentos "Este animal tem excelente caracterização racial" quando na realidade ele é regular e às vezes, não preenche totalmente as fundamentais.

Prefiro focar meu trabalho agora na produtividade, nunca esquecendo as características majestáticas da raça.

Por isso, como um dos idealizadores, defensor e participante do "Teste de Progênie GIRGOIÁS / EMBRAPA” defendo a avaliação de tipo, pois como já dizia o poeta "que me desculpem as feias, mas beleza é fundamental”.

É fundamental e vale dinheiro, pois meus clientes quando entram no curral para comprar animais, eles valorizam a produção, mas dão preferência aos de bom tipo.

Quanto ao grupo recém formado, que se denominou “GIR LEITEIRO PURO DE ORIGEM", resta saber quais são suas intenções e lembrar-lhes que o mercado às vezes é impiedoso quando determinadas regras são quebradas.

Quero finalizar dizendo que não sou apologista do purismo anti-econômico, acredito que a raça Gir é de dupla aptidão, mas os animais não devem ser de dupla aptidão, ou seja, cada animal deve ser selecionado e direcionado para uma aptidão: leite ou corte.

Conclamo os criadores que ainda não tomaram a decisão de qual aptidão selecionar, que o façam o mais rápido possível, pois o mercado não espera.

Assim aboliríamos a expressão GIR DUPLA APTIDÃO e teríamos a paz com: criadores selecionando GIR “CORTEIRO” e GIR LEITEIRO.

Um abraço a todos.


Gilmar Cordeiro é médico veterinário,
Criador de Gir na Fazenda Iporê, em Goiânia (GO) e
Estância São Jorge, em Dores do Indaiá (MG)

gilmarcordeirodesousa@gmail.com

8 comentários:

Unknown disse...

Gilmar, meus parabens
suas colocações foram muito boas e sensatas.
um abraço
Guilherme Ricaldoni - Chácara Beira Rio.

Anônimo disse...

Parabens Gilmar ....
Foi por isto que peguei no seu pé pra que participasse da comunidade no orkut....
Grande Abraço!

Anônimo disse...

Prezado Gilmar
Primeiramente quero parabenizá-lo pelo excelente artigo, muito sensato, completo e com verdades que vão doer em alguns (talvez muitos).
Devo admitir que concordo com quase toda sua análise, exceto quando credita o cruzamento absorvente na raça Gir somente aos "leiteiros". Não acredito que nenhum "corteiro", como você mesmo denominou, nunca tenha feito este cruzamento com raças de corte para ganhar tamanho e precocidade. Parece que somente os criadores de Gir Leiteiro desvirtuaram a seleção de zebu, tentando ludibriar a ABCZ e MAPA. Não é verdade. Muitos criadores de Gir Leiteiro são sérios, com seleção há mais de 70 anos e não fizeram isso.
Mas, concluindo, "assino embaixo" o seu artigo.
Parabéns mesmo.

José de Castro R. Netto
Fazenda Santana da Serra
Gir Leiteiro FB
Mococa-SP

Anônimo disse...

Prezado José de Castro,
Fico feliz que você, um grande expoente do Gir Brasileiro tenha gostado do meu artigo.
Quanto á sua observação, talvez tenha me faltado habilidade para deixar claro que todas as vertentes do Gir, seja Padrão, Purista, Leiteiro ou Corteiro usaram intencionalmente ou não de cruzamentos absorventes. Isso ficou provado com o DNA mitocondrial. Em todas as vertentes do Gir existe criadores da maior seriedade possível e também não é, e nunca foi responsabilidade da ABCZ e do MAPA a utilização destes cruzamentos.
A ABCZ é uma Associação dos criadores e trabalha defendendo os interesses desses criadores. Quem discordar de alguma coisa tem na ABCZ, tem os canais apropriados, como conselho tecnico, assembleias e tudo mais para manifestar sua opinião.
Um grande Abraço
Gilmar Cordeiro.

Arroba genética animal disse...

Gilmar, meus parabens, a tempos nao via uma esplanaçao tao censsata e clara ao meu ver.

Orlei de Freitas - Arroba inseminaçao.

Anônimo disse...

Prezado Gilmar, como vc observou é muito provável que haja mesmo na India uma infusão de sangue Sindi no Gir, como também da Sahiwal, que não chegou a ser trazida para o Brasil mas são animais com linhagens leiteiras boas, vermelhos e "frame" avantajado. Sem dúvida essas raças podem ter sido usadas na India para "incrementar" o Gir, e animais descendentes podem ter disseminado por outros rebanhos. Vi as fotos de gado indiano no Blog e tem pelo menos duas de currais com gado gir predominantemente "vermelho" uniforme.
Aqui no Brasil o "vermelho" na minha opinião tem alguma influ6encia também do gado que foi "formado" atraves de cruzamento absorvente no interior de são Paulo a partir de touros Gir e vacada caracu. Em goiás também deve ter ocorrido algo similar com o "mocho"...
Alias o gir mocho muito provavelmente tem suas origens nesse gado "mocho" hoje quase extinto.
gostei demais do artigo
grande abraço
Sten Johnsson
Rio de Janeiro
sejpecuaria@gmail.com

Coronel Yanossauro disse...

Gilmar,
Excelenta aula. Não posso caracterizar o seu artigo de outra maneira: aula. Excelente pesquisa, explanação, cultura e informação. Adorei.
Na verdade, se me permitires, imprimirei e guardarei na biblioteca para referência futura.
Muito obrigado a você pelo artigo e a Rosimar pelo espaço!
Grato,
Cristiano Nogueira

Anônimo disse...

Muito bom seu comentario, era o que eu buscava como alimentador da minha curiosidade, prabens por tratar um assunto tao polemico.